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ENTREVISTA: Enzo Lopes #16 fala ao ShowRadical sobre o sabor de vencer em casa 6j1j3g

Fotos: Rodrigo Junior
Riders Inc

O piloto brasileiro que alcançou o TOP 5 no Supercross norte-americano, figurou entre as principais equipes dos Estados Unidos, está de volta ao Brasil para disputar, pela primeira vez de forma completa, a categoria principal do Arena Cross Brasil 2025 — o maior campeonato indoor da América Latina. 2f291h


1 – SR: Como é estar de volta em casa, finalmente na principal categoria, a bordo de uma 450cc, com ícones do esporte no gate, disputando uma temporada completa — e não apenas como participação especial, como já havia acontecido em anos anteriores?


Enzo: Cara, estar de volta em casa, às origens, não tem preço. Fazer o campeonato inteiro do Arena na 450 foi algo que, no início, me deixou um pouco apreensivo, mas depois que fiz o primeiro treino, a primeira bateria, enfim, o primeiro dia em si, percebi que a moto até se encaixa melhor no meu estilo de pilotagem. Me senti bem à vontade e gostei bastante. Fazer a temporada completa é muito gratificante, ainda mais brigando pelo título com caras que eu cresci assistindo. Estar dividindo a pista com o Dean Wilson, correndo com Mike Alessi, que também está com a Honda, é sensacional. Definitivamente, é uma sensação muito boa.


2 – SR: Já fazia um bom tempo que você não vencia uma prova desse nível, como foi o Arena Cross, e também sempre vemos você batendo na trave dos pódios no AMA SX. Qual foi o sabor, para você, de erguer o troféu de vencedor neste fim de semana?

Enzo: O sabor e a sensação ao ar aquela linha de chegada foram de alívio. Todo mundo que conhece minha carreira e minha história sabe quantos momentos difíceis eu já enfrentei, não só com lesões, mas sempre batendo na trave nos EUA — quarto, quinto, quarto, quinto — e nunca conseguindo alcançar o pódio. Finalmente as coisas fluíram como deveriam. Ganhar a última bateria no sábado foi como tirar uns 20 quilos das costas. A reação que tive ali fala por si só. Era como se outra pessoa tivesse tomado conta de mim naquele momento. A vontade era jogar a moto na arquibancada e me jogar junto (risos). Até voltando de Porto Alegre pra casa, me emocionei dirigindo, lembrando de tudo. Foi muito especial — uma sensação que eu queria que todo mundo pudesse experimentar um dia.


3 – SR: Como está sendo a adaptação para as motos 450cc, já que nos últimos anos você competiu de 250cc? Sabemos que sempre teve contato com as 4.5, inclusive fez uma brilhante corrida no MXoN na França no ano ado a bordo dela. O que está achando da categoria principal e do desempenho de uma moto dessa na corrida?


Enzo: Como falei, acho que a 450 encaixa melhor no meu estilo de pilotagem. Sempre fui um cara mais suave na moto, e a 250 exige muita agressividade, já que não tem tanta potência. Desde que comecei a treinar com a 450 no ano ado, antes do Nações, me senti muito bem — mesmo que fosse apenas no motocross. Depois que voltei do AMA, comecei a treinar supercross com a 450 e também me senti confortável. Não diria que foi de cara algo extraordinário, mas, quando andei no Arena, em uma pista um pouco maior que a que tenho em casa, fluiu demais. Me senti bem, mesmo com a moto ainda não tão acertada como eu gostaria. A 450 é uma moto incrível. Muito forte, mas me adaptei bem.


4 – SR: Você fechou contrato com uma grande marca nacional, e também nossa parceira, a ASW Racing. Essa empresa construiu muitos ídolos e talentos no esporte e é referência em produtos nacionais. Como está sendo vestir esses produtos e representá-la nesse alto padrão que vive o motociclismo brasileiro atualmente?


Enzo: Representar a ASW, cara, não tem preço. Lançar minha réplica de uniforme já na sexta-feira e ver os conjuntos vendendo muito… isso já foi histórico. No sábado, corri com a roupa branca e rosa, vendi camisetas também — tudo muito especial. O capacete novo que eles lançaram é sensacional, com proteção MIPS, e fizemos algumas mudanças nas luvas, que, sinceramente, são as melhores que já usei na vida. Voltar com a ASW é muito significativo pra mim, foi a primeira marca que vesti, com três anos de idade. Hoje, as roupas deles estão com padrão internacional, até melhores que muitas marcas de fora. A ASW e a Motul foram as primeiras com quem falei para fechar essa volta ao Arena. É muito legal ver a marca crescendo e eu junto com ela. Estamos somando.


5 – SR: A ASW já patrocinou pilotos em competições internacionais. Existe algum plano ou conversa para alguma possível ação da marca com você em provas internacionais?


Enzo: Ainda estamos analisando possibilidades como o Motocross das Nações e até o Mundial de Supercross. Todos sabem que, em equipes internacionais, como a Rick Ware Racing, com quem estou no Mundial, há exigência de uso de algumas marcas específicas. Mas estamos conversando. Gostaria muito de continuar representando a ASW, que além de parceira, é quase uma família pra mim. São pessoas que iro muito. Seria o melhor dos dois mundos.


6 – SR: Como é disputar com um grande nome como Dean Wilson — um cara que acaba de chegar do AMA SX, onde representou a equipe oficial da Honda Racing no lugar dos irmãos Lawrence — e que figura entre os 10 melhores do SX norte-americano, sendo agora a aposta do time vermelho no Brasil? Como você se vê sendo o rival direto desse ícone mundial?


Enzo: É incrível disputar com o Dean Wilson. Como comentei antes, cresci assistindo ele. O cara foi campeão americano no motocross, tem vários pódios no Supercross e, além disso, é um ser humano sensacional. Tivemos quatro baterias muito intensas, com uma disputa limpa, com respeito. Só de andar perto dele já teria sido muito bom, mas vencê-lo foi algo marcante. Ele é muito forte nesse tipo de pista, como o Arena, então estar no mesmo nível, lado a lado, é algo que valorizo muito. E ainda ter ele como amigo é ainda melhor.


7 – SR: O motocross brasileiro vive um grande momento, com alto nível em todos os campeonatos. No Motocross temos uma incrível batalha entre Brasil e França; no Arena Cross, nas duas categorias, já ficou claro que temos representantes brasileiros à altura de disputar com grandes talentos vindos do SX americano. Os fãs pedem compulsivamente a sua presença no MX1 GP Brasil. O que você, Enzo, pensa sobre estar lá e ser mais um nome com a bandeira do Brasil no gate, pronto para disputar com o alto nível de gringos na prova?


Enzo: Eu diria que o futuro a Deus pertence quanto ao Brasileiro. No momento, meu contrato é apenas para o Arena. E eu, como piloto, prefiro não me meter na briga dos outros. A disputa entre o Fabinho e o Rubini, por exemplo, está muito bonita, eles estão andando demais. O nível do Brasil está altíssimo, mas muitos só percebem isso quando vem alguém de fora, como o Jeremy — um baita piloto — e mesmo assim ele não venceu baterias, mas levou o geral. Não tem nada certo quanto ao Brasileiro, mas… quem sabe?


8 – SR: Existe a real possibilidade de você participar ao menos de uma etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross este ano? Qual seria uma das próximas etapas nas quais você gostaria de alinhar?


Enzo: No momento, não está nos planos. Mas, se pudesse escolher, com certeza seria Indaiatuba. Já corri várias vezes lá, inclusive no Nações em 2009. É uma pista incrível, uma cidade incrível, tenho muitos amigos por lá.


9 – SR: E o Enzo do futuro? O que ele pensa para as próximas temporadas? Ficar no Brasil, onde o jogo realmente mudou, o nível está alto e o mundo está de olho? As marcas e equipes estão investindo forte novamente para brigar por esse título. Ou você ainda pensa e enxerga que pode ir além lá fora? Existem oportunidades internacionais batendo à sua porta e, mesmo amando seu país, você ainda pensa em tentar novamente fora? Quais são os seus planos e seus desejos para sua carreira daqui em diante?


Enzo: No momento, estou focado em viver o presente. Ainda é muito cedo no ano para tomar decisões. Claro que o sonho continua — quero alcançar um pódio no Supercross. Mas a vida vai mudando. Estou com quase 26 anos, já estou há 10 anos nos EUA, praticamente morando lá, sempre tentando, sempre batendo na trave. E a vida lá fora não é fácil: estar longe da família, dos amigos, sacrificando tanta coisa. Desde 2010 abro mão de muita coisa da minha infância e juventude. Então, ainda não sei o que vai acontecer no ano que vem. Agora, o foco é o Arena, depois o Nações — quero fazer história com os meninos — e depois vem o Mundial. Muita coisa pode mudar muito rápido. Sigo focado no momento presente.


10 – SR: Para finalizar, deixamos o espaço aberto para você se pronunciar ao nosso público, que te acompanha pelas notícias publicadas aqui no site Show Radical. Pode falar, agradecer e se expressar como quiser para que todos recebam a sua mensagem!


Enzo: Para finalizar, só tenho a agradecer — à torcida, aos fãs, aos amigos, à família, aos patrocinadores: ASW, Motul, Pirelli, Pedro Militão, ao programa bLU cRU com a Giovana e o Sandro. Sem palavras para o que vivi na sexta e no sábado. A galera literalmente me carregando em cada volta, principalmente na última, foi algo indescritível. Como falei no Instagram, lavei minha alma. Espero poder viver mais momentos assim e trazer alegria para o nosso país, porque a gente merece!!!

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